24/11/2023 - 09:00 - 11:00
DT 24 - Uso de sistemas de informação para o planejamento das ações de Vigilância Sanitária (B) |
45783 - PARTICIPAÇÃO DOS LABORATÓRIOS OFICIAIS DE SAÚDE PÚBLICA NO GERENCIAMENTO DE AMOSTRAS RELACIONADAS A INVESTIGAÇÃO DE SURTOS DE ÁGUA/ALIMENTOS NO BRASIL
ADALBERTO LAMIM DA SILVA - INCQS, CELIA MARIA CARVALHO PEREIRA ARAUJO ROMAO - INCQS, GRAZIELA COSTA ARAUJO - ANVISA, ROSANE GOMES ALVES LOPES - INCQS
Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, de 2012 a 2021, houve o registro de 6.347 surtos de DTHA no Brasil, 610.684 expostos, 104.839 doentes, 13.446 hospitalizados e 89 óbitos, demonstrando que esse persiste como importante problema de saúde pública no país. Esforços que contribuam com informações sobre esses agravos são importantes para fortalecer o sistema de vigilância existente. As informações produzidas pela Rede Nacional de Laboratórios em Vigilância Sanitária (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, 27 laboratórios centrais de saúde pública –LACEN, laboratórios regionais (n=21) e municipais (n=5) são estratégicas e registradas no Harpya – Sistema de Gerenciamento de Amostras Laboratoriais. O objetivo do presente trabalho, parte da dissertação de Mestrado Profissional do PPGVS/INCQS/Fiocruz, foi descrever a participação dos laboratórios oficiais de saúde pública nas análises e no gerenciamento das amostras de alimentos relacionadas a ocorrência de surtos de DTHA no Brasil (2016 a 2022). Foi preenchido termo de confidencialidade e utilização dos dados e obtida anuência das instituições responsáveis. Do total de 573.688 amostras de alimentos analisadas no período (n=57 laboratórios), 4.438 amostras (n=37 laboratórios) foram relacionadas a surtos (0,77%) oriundas de todas as regiões do Brasil e 19 canceladas (0,43%). Destaca-se o recebimento de amostras das regiões Sudeste (36,80%), Sul (32,90%) e Nordeste (17,80%), sendo 65,21% classificadas como Surto no sistema. Foram realizados 19.620 ensaios no período. A partir de 2020 houve uma diminuição importante no recebimento das amostras possivelmente por causa da pandemia de COVID19, que pode ter direcionado esforços para vigilância dessa doença. Foram realizados mais de 18000 ensaios microbiológicos, sendo os microrganismos mais detectados Salmonella spp (19,16%), estafilococos coagulase positiva (17,16%), Bacillus cereus (14,38%). Chama atenção os resultados de amostras sem a classificação insatisfatória ou satisfatória (59,76 %), o que merece ser investigado por estudos futuros. Observou-se importante participação dos laboratórios estaduais nesses surtos (68,54%) e destaca-se que o Harpya pode contribuir com informações para essa investigação no país.
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