24/11/2023 - 11:15 - 12:30 CC 5 - Tecnovigilância, Farmacovigilância, Hemovigilância e Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde |
45620 - OCORRÊNCIA DE COLONIZAÇÃO E INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19 EM HOSPITAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO LETICIA JANOTTI - FIOCRUZ, MARGARETH CRISOSTOMO PORTELA - FIOCRUZ
INTRODUÇÃO: O surgimento da pandemia da COVID-19 exigiu grandes ajustes nos sistemas de saúde. A ANVISA realiza desde 2010 o monitoramento de dados nacionais referentes às infecções e resistência microbiana nas unidades de terapia intensiva. Os formulários nacionais de notificação de IRAS eram preenchidos pelo FormSUS até o ano de 2020, e a partir deste ano, através de link eletrônico Limesurvey. OBJETIVO: Analisar a ocorrência de IRAS e colonização nos hospitais do estado do Rio de Janeiro, durante o primeiro ano antes e após a pandemia de COVID-19. MÉTODO: Realizado estudo observacional, com base em dados secundários, com abordagem quantitativa, focando na avaliação no primeiro ano antes e após o início da pandemia de COVID-19 em hospitais do estado do Rio de Janeiro, com pelo menos 10 leitos de unidade de terapia intensiva para adultos, durante os meses de fevereiro a dezembro de 2019 e de 2020, considerando o início da emergência sanitária de COVID-19 no Brasil em fevereiro de 2020. Alguns dados perdidos foram considerados “missing” com discussão e análise do banco em sua totalidade. RESULTADOS: Observou aumento de 7,2% nas notificações de PAV no primeiro ano da pandemia. Neste período, ocorreu um menor número de notificações de Infecção Primária de Corrente Sanguínea Associada ao Cateter Venoso Central (IPCSL-CVC) e de Infecção do Trato Urinário Associada ao Cateter Vesical de Demora (ITU-CVD). O número de “missing” foi maior nos dados referentes às notificações de IPCSL-CVC e ITU-CVD, em ambos os anos, diferente do número de “missing” de PAV, em torno de 1,5% em 2019 e 1,0% em 2020. Esse achado chama atenção quanto à qualidade dos dados notificados no sistema de informação, e suas implicações no resultado encontrado na pesquisa. CONCLUSÃO: Faz-se necessária uma revisão dos itens obrigatórios referentes ao monitoramento dos microrganismos multirresistentes causadores de PAV pelos órgãos fiscalizadores, tendo em vista que esta informação não está contemplada na notificação mensal, impossibilitando dessa forma o estudo desses em nível nacional. Dentre outros achados, chama atenção a quantidade de registros perdidos de IRAS, no período do estudo. Tal fato traz um alerta aos órgãos fiscalizadores quanto à acurácia dos dados, podendo corresponder a uma realidade preocupante em outros estados do país, indicando fragilidade do sistema de informação, impactando diretamente na formulação de políticas públicas de prevenção e controle de infecção.
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