23/11/2023 - 09:00 - 12:00 DT 35 - As ações dos laboratórios de Saúde Pública em articulação com os serviços de Vigilância Sanitária |
48343 - O CENÁRIO DA CANDIDEMIA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 LEILA PEREIRA DE SOUZA - ILMD - FIOCRUZ AMAZÔNIA, ORMEZINDA CELESTE CRISTO FERNANDES - ILMD - FIOCRUZ AMAZÔNIA, HILKA FLÁVIA BARRA DO ESPÍRITO SANTO ALVES PEREIRA - UFAM
A pandemia de COVID-19 sobrecarregou os sistemas de saúde, evidenciando o efeito prejudicial de patógenos secundários em pacientes com um insulto viral inicial. Além disso, tem sido observada uma predisposição para coinfecções fúngicas em pacientes críticos com COVID-19. O objetivo do presente estudo foi investigar as espécies de candida e os fatores de risco associados ao desenvolvimento de candidemia em pacientes com COVID-19. Realizado um estudo baseado na revisão da literatura na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nos meses de junho e julho de 2023, com o objetivo de encontrar artigos completos sobre o tema. Para isso, foi utilizado o descritor "Candidemia" combinado com o conector booleano "AND" e o descritor "COVID-19". A partir dessa busca, selecionado os seguintes assuntos principais: COVID-19, candidemia, candidíase, infecções por coronavírus e candida. Após a leitura dos artigos, foram excluidas as pesquisas que não abordavam a coinfecção de candidemia e COVID-19, restringindo assim o escopo do estudo. Em seguida, foi procedida à análise dos estudos levantados, utilizando um total de vinte e cinco artigos selecionados com base em sua relevância para o tema proposto. A candidemia associada à COVID-19 é predominantemente observada em pacientes que estão internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Diversas espécies de candida foram isoladas em hemoculturas, incluindo Candida tropicalis, Candida albicans, Candida glabrata, Candida parapsilosis, Candida dubliniensis e Candida auris. De acordo com os estudos analisados, a Candida albicans é o agente mais comumente associado à candidemia, enquanto as infecções por Candida auris estão relacionadas a estadias mais prolongadas na UTI. A incidência crescente de candidemia em pacientes graves com COVID-19 pode ser atribuída à exposição a diversos fatores de risco. Entre eles, destacam-se comorbidades, internação prolongada, utilização de cateteres, nutrição parenteral, suporte de ventilação mecânica, uso prolongado de antibióticos de amplo espectro, profilaxia antifúngica e o uso de corticosteroides. Além disso, a superlotação nos hospitais e a falha na prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde também contribuem para o aumento da incidência. Portanto, a candidemia afeta principalmente pacientes com quadros graves que requerem cuidados intensivos. Outrossim, as infecções fúngicas oportunistas em pacientes com COVID-19 aumentam a morbimortalidade e prolongam o tempo de internação.
|