23/11/2023 - 09:00 - 12:00 DT 35 - As ações dos laboratórios de Saúde Pública em articulação com os serviços de Vigilância Sanitária |
48329 - MONITORAMENTO DE BROMATO DE POTÁSSIO EM PRODUTOS DE PANIFICAÇÃO NO RIO DE JANEIRO MATHEUS GRILO DE OLIVEIRA CARVALHO - IVISA-RIO, ANDERSON AQUINO DOS SANTOS JUNIOR - IVISA-RIO, REJANE BAPTISTA TELES CARPENTER - IVISA-RIO, SELMA FRANCISCO LUIZ - IVISA-RIO, LILIAN MARIA DE SOUZA RIBEIRO - IVISA-RIO, CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA MAURO - IVISA-RIO, KÁTIA DANTAS FIGUEIREDO MENDES - IVISA-RIO
O bromato de potássio é um agente oxidante usado em processos de panificação para melhorar a qualidade da farinha. No entanto, em termos de riscos sanitários, ele é classificado pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) como um possível carcinógeno humano (Categoria 2B), gerando preocupações significativas sobre os riscos à saúde. Em vista disso, o Brasil, a partir da Lei n°10.273/2001, proibiu a adição de bromato em farinhas, massas e produtos de panificação. No município do Rio de Janeiro, um programa de monitoramento foi realizado com a finalidade de investigar a presença de bromato em produtos de panificação comercializado no município. Esse monitoramento foi coordenado pela vigilância sanitária do Rio de Janeiro, seguindo os métodos preconizados pelo Instituto Adolfo Luz (IAL). Foram coletadas um total de 125 amostras, sendo 36 de pães, 42 de panetones/chocotones e 47 de pães doces, oriundas de 55 estabelecimentos comerciais do município. As amostras passaram por um processo de secagem em estufa a 50°C, trituradas em gral e pistilo e peneiradas para obtenção de um pó fino. Realizou-se inicialmente uma pesquisa de triagem de bromato em massa fresca para pão, na qual o pó foi depositado em papel de cromatografia e pulverizado com solução ácida de iodeto, resultando em pontos violáceos na presença de compostos oxidantes. As amostras positivas foram confirmadas pelo método indireto com o reativo fucsina-bissulfito, na qual 50 gramas da amostra são incineradas em forno mufla a 550°C, com posterior dissolução das cinzas em ácido sulfúrico 10%, adição de fucsina-bissulfito e água oxigenada, apresentando uma coloração lilás persistente em caso de presença de bromato. Das amostras analisadas, apenas três (2,4%) apresentaram a presença de bromatos, sendo todas de pães doces. Os resultados demonstram uma baixa adulteração de bromato nas amostras analisadas. Outros estudos demonstraram resultados variáveis, o que pode indicar que a prática da adição de bromato está relacionada a práticas culturais de determinadas regiões. Essa variação regional evidencia a necessidade de monitoramentos contínuos, como o realizado no Rio de Janeiro, para dimensionar a adulteração de bromato de potássio nos produtos de panificação no Brasil.
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