23/11/2023 - 09:00 - 12:00 DT 35 - As ações dos laboratórios de Saúde Pública em articulação com os serviços de Vigilância Sanitária |
46041 - RAIVA CANINA NO MUNICÍPIO DE BELFORD ROXO - RELATO DE CASO JULIANA MACEDO RAIMUNDO - IVISA-RIO, UFRRJ, ANDRESA GUIMARÃES - UFRRJ, DANIELLE REGIS PIRES - IVISA-RIO, ANA CAROLINA NUNES DE MORAIS - IVISA-RIO, BARBARA FERREIRA DA CRUZ - IVISA-RIO, ROBERTA DE OLIVEIRA RESENDE RIBEIRO - IVISA-RIO
A raiva é uma zoonose de importância na saúde pública pela severidade das manifestações clínicas, elevada letalidade e custos decorrentes dos tratamentos pré e pós-exposição. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de raiva canina, ocorrido em 2021 no município de Belford Roxo, Rio de Janeiro. O animal de um ano de idade, sem raça definida, não vacinado e domiciliado foi encaminhado para atendimento clínico apresentando apatia, dificuldade de deglutição, incapacidade de fechar a boca por completo, sialorreia, rigidez em região cervical, e comportamento dócil. Foi relatado contato direto do animal com morcego cerca de 40 dias antes do início do quadro clínico, que progrediu para incoordenação motora e agressividade com evolução a óbito em 5 dias. A associação dos sinais clínicos aos dados epidemiológicos direcionou a conduta do veterinário à investigação de raiva canina como possibilidade diagnóstica. O cadáver foi imediatamente acondicionado em saco plástico resistente, refrigerado e encaminhado ao Núcleo de Virologia da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro para a investigação de raiva animal. Foi realizada a imunofluorescência direta como teste de triagem, cujo resultado foi positivo para a presença do vírus da raiva. A amostra foi encaminhada ao Instituto Pasteur no estado de São Paulo a para determinação da variante viral, a qual foi compatível com a variante de morcego hematófago Desmodus rotundus (AgV3). Em ação conjunta da Vigilância Ambiental e de Zoonoses dos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias, foi realizada a vacinação de cães e gatos nas imediações do local de ocorrência, a identificação dos indivíduos que tiveram contato com o animal, que foram encaminhados para a realização de soro-vacinação e atividades de educação sanitária com a população local. A interlocução entre clínicos veterinários e os órgãos de saúde pública é primordial no diagnóstico e monitoramento do vírus rábico e, consequentemente, na adoção de medidas de prevenção e controle a fim de prevenir a ocorrência da infecção na população humana.
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