23/11/2023 - 09:00 - 12:00
DT 35 - As ações dos laboratórios de Saúde Pública em articulação com os serviços de Vigilância Sanitária |
45880 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE ALIMENTOS COMERCIALIZADOS NO EVENTO DE MASSA ROCK IN RIO 2022
ARIANE MARINHO MENDES - IVISA-RIO, MARCELO LUIZ LIMA BRANDÃO - BIOMANGUINHOS/FIOCRUZ
O Brasil frequentemente sedia importantes eventos de massa, inclusive com participações internacionais, aumentando o número de turistas em suas cidades sede. Evento de massa são atividades coletivas, por tempo pré-determinado e com concentração ou fluxo excepcional de pessoas, condição que propicia a disseminação de doenças. Esse tipo de evento pode favorecer a ocorrência de surtos de doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA). O Rock in Rio é um dos maiores festivais de música do planeta, tendo a vigilância sanitária um papel fundamental na proteção da saúde da população durante o evento. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade microbiológica dos alimentos disponibilizados durante o Rock in Rio 2022. Foram coletadas 102 amostras e realizados os ensaios de pesquisa de Salmonella spp., pela técnica de enriquecimento seletivo, e contagem de Escherichia coli, Bacillus cereus e Estafilococos coagulase positiva (ECP) por métodos semiautomatizados. A categorização e classificação das amostras e seus resultados foram definidos com base na legislação vigente, RDC n° 724/2022 e IN 161/2022, que determinam os limites microbiológicos para alimentos. Dos alimentos analisados, 10 (9,80%) foram classificados como insatisfatórios, sendo em sua maioria (n=8, 80,0%) de alimentos preparados prontos para o consumo elaborados com o emprego de calor, uma amostra de sanduíche (10%) e uma amostra de doces e sobremesas (10%). As amostras classificadas como satisfatórias com qualidade intermediária representaram 2,94%. Com relação aos microrganismos identificados, E. coli foi o mais frequente, tendo sido identificado em 5 amostras (4,8%), ECP em 3 amostras (3,3 %) e B. cereus em 3 amostras (3,7%). É possível concluir que, a utilização de métodos semiautomatizados e a consequente obtenção de resultados mais rápidos das análises laboratoriais, ainda no período de permanência do evento, possibilita ações de fiscalização mais assertivas e eficazes, mitigando o risco sanitário para a ocorrência de casos e surtos de DTHA durante eventos de massa. Além disso, os dados obtidos no monitoramento permitem a elaboração de medidas preventivas para eventos futuros.
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