24/11/2023 - 09:00 - 11:00 DT 32 - Gestão do trabalho no cotidiano da Vigilância Sanitária durante a pandemia (A) |
48508 - ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO CUMPRIMENTO AOS DECRETOS SANITÁRIO COMO MEDIDA DE CONTROLE DA COVID-19 NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO CEARÁ, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA FRANCISCO ROGER AGUIAR CAVALCANTE - SESA-CE, ARMINDA EVANGELISTA DE MORAIS GUEDES - SESA-CE, EDILEIA MARCELA DUTRA DA CUNHA - SESA-CE, ROGÉRIO EDVAR DOS SANTOS - SESA-CE, LÁZARO PEREIRA DA CUNHA - SESA-CE, ANTÔNIA MARQUES AVELINO - SESA-CE, EMANUEL GONÇALVES BEDE E SILVA - SESA-CE, MÔNICA SOUSA LIMA - SESA-CE
Em 2019, na China, uma doença emergente respiratória surge a partir de um contexto zoonótico, de comportamento agudo e elevada transmissibilidade. Uma coronavirose então desconhecida, a COVID-19. Pela sexta vez a OMS declara emergência de saúde pública de importância internacional, com estado de pandemia. Como ação principal de controle da transmissão, foi determinado o isolamento social, a interrupção de atividades educacionais, e serviços não essenciais, permanecendo os serviços de alimentação, saúde e segurança com uso obrigatório de máscaras. Na garantia das ações de controle, as gestões de saúde, em todos os níveis de governo, delegaram às coordenações de vigilância sanitária o cumprimento das determinações legais. Nós, fiscais sanitários da secretaria de saúde do estado do Ceará, atuantes na região norte, inseridos em um contexto estrutural e de recursos humanos insuficientes, tivemos que enfrentar situações de constrangimento moral e risco de vida por ameaças subliminares, quando em nossas intervenções tínhamos que bloquear acessos às praias e serras, restringir ocupação em hotéis, pousadas e restaurantes, emitir autos de infração, multas e conduzir infratores à delegacia. Toda esta tensão, sendo conflitada por políticos, empresários e população. Neste cenário, nos vinha o sentimento de pânico, fragilidade emocional e psicológica, medo de morte e ser fonte de infecção para familiares. Mas a missão ao serviço e proteção à vida falava mais alto e nos impulsionava a não recuarmos. Unidos, fomos nos fortalecendo e nos cuidando. As equipes de vigilâncias municipais e regionais não eram suficientes para dar conta, foi necessário o recrutamento e treinamento de pessoas de outras secretarias e órgãos. A parceria com a polícia militar e ministério público do estado foi imprescindível para manter as ações seguras e em ordem. Mas mesmo assim, proprietários de estabelecimentos (hotelaria, alimentação e entretenimento) insistiam em desrespeitarem os decretos sanitários e nós não abríamos mão das determinações legais. Assim foi a nossa rotina, desafios diários no cumprimento da vigilância sanitária. Vimos neste período, uma tendência de valorização da vigilância sanitária, o que nos deu uma esperança de reconhecimento profissional e melhoria das condições de trabalho e salário, no entanto, passado a pandemia, mesmo com o sentimento de missão cumprida, e de vidas salvas não somos devidamente reconhecidos como categoria de profissionais do Sistema Único de Saúde.
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