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Discussão Temática

23/11/2023 - 09:00 - 12:00
DT 20 - Os produtos, sua utilização na pandemia e ações da Vigilância Sanitária diante do uso de Kit Covid, cloroquina, ivermectina e outros produtos

45841 - RISCOS RELACIONADOS AO USO INADEQUADO DE SANEANTES EM SERVIÇOS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
MANOEL MARCELINO DE LIMA FILHO - APEVISA, AILTON CÉSAR DOS SANTOS VIEIRA - APEVISA, ANDRÉ FILIPE DAS CHAGAS PESSÔA - APEVISA, LUANNA KATTARYNA PENHA DE ARAÚJO - APEVISA, MAIRA LUDNA DUARTE - APEVISA, OSCAR GINU DE LIMA - APEVISA, RAFAELA AMARAL FURTADO DE MENDONÇA - APEVISA, RANIERE FLÁVIO BEZERRA DE AQUINO CHAVES - APEVISA


De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), saneantes são produtos que facilitam a limpeza e a conservação de ambientes (casas, escritórios, lojas, hospitais), mas, apesar de serem amplamente utilizados pela população, apresentam alguns riscos associados à sua utilização, motivo pelo qual estão sujeitos à regulação sanitária realizada pela ANVISA. Nos serviços de saúde, os saneantes de maior importância são os desinfetantes, os de ação antimicrobiana, o álcool e os detergentes enzimáticos, pois são utilizados para desinfecção de superfícies fixas e móveis, utensílios, mãos e etc. A adequada desinfecção nos serviços de saúde potencializa a redução da contaminação microbiana dos pacientes e consequentemente diminuição de infecções hospitalares e uso de antimicrobianos. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de fiscais de vigilância sanitária referente ao uso de saneantes em serviços de saúde por eles inspecionados. O relato de experiência retrata o uso de saneantes em serviços de saúde, públicos e privados, no período de junho/2022 à junho/2023, através da ótica regulatória dos fiscais de vigilância sanitária da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (APEVISA). Nas inspeções sanitárias realizadas nesses serviços de saúde foram detectadas falhas no uso adequado dos saneantes pelos profissionais, alguns desses erros são: diluição diferente do preconizado pelo fabricante, medição dos volumes dos saneantes e da água (diluente) sem precisão, diluidores de saneantes sem condições adequadas de uso, falta de procedimentos operacionais padrão e uso inadequado de saneantes, como por exemplo, uso de álcool sem ser 70% e álcool cosmético para desinfecção de superfícies. Também foram detectada ausência de controle da diluição e fracionamento de saneantes sob responsabilidade da farmácia, descumprindo o preconizado no item 6.4.1 da RDC n 67/2007. Esses erros contribuem à contaminação por micro-organismos e riscos à saúde, que podem ter levado à impactos negativos durante a pandemia do COVID-19, que atingiu todo o mundo, como também a propagação de Candida auris em unidades hospitalares do Estado de Pernambuco. Os erros supracitados foram identificados na maioria dos serviços, tanto público como privado, inspecionados no período. Os fiscais sanitários atuaram orientando para adequação e conscientização os serviços. Esse cenário alerta para os riscos associados ao manejo inadequado dos saneantes e o impacto na saúde pública.


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