23/11/2023 - 09:00 - 12:00 DT 14 - Ações da Vigilância Sanitária em relação aos serviços de saúde (D) |
45566 - CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 EM UM HOSPITAL LOCALIZADA NO MUNICÍPIO PAULA ARAUJO DE SOUZA - FIOCRUZ, MILENA CRISTINA SILVA DOS SANTOS - FIOCRIZ, REBECA VITÓRIA DA SILVA LAGE DE MIRANDA - FIOCRUZ, LUCIANA VELOSO DA COSTA - FIOCRUZ, RAPHAEL PAIVA PASCHOAL DA SILVA - HFAG, MARIA HELENA SIMÕES VILLAS-BÔAS - FIOCRUZ, MARCELO LUIZ LIMA BRANDÃO - FIOCRUZ
A capacidade de Pseudomonas aeruginosa em adquirir genes de resistência e formar biofilme favorece a colonização dessa bactéria em superfícies. Coinfecções por P. aeruginosa foram relatadas em pacientes com COVID-19, visto que o patógeno possui capacidade de formar biofilme em dispositivos médicos usados na intubação. O objetivo deste estudo foi caracterizar cepas de P. aeruginosa isoladas de pacientes internados durante a pandemia em um hospital no Rio de Janeiro de julho/2021 a março/2022. As cepas foram isoladas de pacientes com infecção por P. aeruginosa (n=7) e pacientes com coinfecção por SARS-CoV-2 (n=12), sendo 11 homens e oito mulheres, com idade variando de 54 a 97 anos. Os espécimes clínicos incluíram: secreção traqueal (n=10), urina (n=6) e swabs retal (n=3) e oral (n=1). As cepas foram caracterizadas pelo VITEK®2 e MALDI-TOF MS. O antibiograma foi realizado pelo método de disco difusão ou E-test® com 12 antibióticos e os resultados interpretados segundo o CLSI. A formação de biofilme foi realizada em placas de poliestireno incubadas a 22,5 e 37,0ºC/24h, sendo as cepas classificadas como não aderente, fracamente aderente, moderadamente aderente (MA) ou fortemente aderente (FA). Todas as cepas foram identificadas como P. aeruginosa pelo VITEK®2 (99% de confiança) e pelo MALDI-TOF MS (80,1-99,9% confiança). Todas as cepas foram resistentes à cefuroxima, ceftriaxona e cefoxitina, e sensíveis à amicacina. Duas (10,5%) cepas foram resistentes ao ciprofloxacino e uma (5,3%) ao norfloxacino. Oito (42,1%) cepas foram resistentes à ceftazidima e seis (31,6%) ao trimetoprim/sulfametoxazol. Quatro (21,4%) foram resistentes a meropenem e duas (10,5%) resistência intermediária. Uma (5,3%) apresentou resistência à gentamicina e uma (5,3%) resistência intermediária. Cinco (26,3%) apresentaram resistência e duas (10,5%) resistência intermediária à piperacilina/tazobactam. Quatro (21,0%) apresentaram resistência e cinco (26,3%) resistência intermediária à cefepima. Uma cepa foi considerada multidroga-resistente, pois foi resistente a três classes de antimicrobianos das quatro testadas. Biofilmes MA ou FA foram observados em 12 (63,2%) e 16 (84,2%) cepas na temperatura de 22,5 e 37,0ºC; respectivamente. Conclui-se que cepas de P. aeruginosa com resistência e produtoras de biofilme foram identificadas de pacientes com e sem coinfecção por COVID-19, e que estes fatores de virulência podem estar relacionados a persistência destas bactérias no ambiente hospitalar.
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