23/11/2023 - 09:00 - 12:00 DT 14 - Ações da Vigilância Sanitária em relação aos serviços de saúde (D) |
45072 - IMPACTO DAS ALDEIAS INDÍGENAS NOS INDICADORES DE MORTALIDADE INFANTIL DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE TEÓFILO OTONI. EMÍLIA VILELA ARAÚJO - SESMG, THALLES MIGUEL PROCÓPIO SOARES BENTO - SESMG, MARIA CARLOTA TAVARES NOGUEIRA - SESMG, NIVIA MARQUES PEGO - SESMG
A mortalidade infantil vem sendo considerada indicador de grande relevância das condições de vida e saúde de um país, devido à vulnerabilidade a determinantes sociais, de saúde e econômicos . Dentre esses, incluem-se as condições ambientais, fatores demográficos, condições socioeconômicas, o estado nutricional e os fatores relacionados à própria assistência, os quais contribuíram na transição epidemiológica e consequentemente no perfil das principais causas, bem como na evitabilidade das mesmas.
A Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni, que responde por 32 municípios da Macrorregião de Saúde Nordeste em 2022 foi apontada como a região com pior taxa de mortalidade infantil no Estado de Minas Gerais. A causa desses números foi atribuída ao fato de 4 municípios (Bertópolis, Ladainha, Santa Helena de Minas e Teófilo Otoni) possuírem aldeias indígenas da etnia Maxacali.
O objetivo deste trabalho é verificar se a causa da alta mortalidade infantil da região avaliada é realmente a presença das aldeias indígenas “Maxacali” nos 04 municípios.
Metodologia: Foi analisada a taxa de mortalidade Infantil de todos os 32 municípios pertencentes à Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni nos últimos 5 anos, cujos dados foram retirados do Tabnet. Foi verificado que o município de Novo Cruzeiro é o responsável pela maior taxa de mortalidade infantil, sendo que apenas em 2020 não houve óbito de nenhuma criança no referido município. A explicação encontrada para esta ocorrência é que a Vigilância Sanitária interditou o serviço de parto do Hospital da cidade de Novo Cruzeiro naquele ano, devido ao precário funcionamento daquele setor. Nos anos seguintes (2021 e 2022), devido a pressões políticas e também pelo congestionamento provocado no hospital que recebeu todos os partos provenientes desse município, a vigilância sanitária liberou a realização apenas do parto normal. Verificou-se que a taxa de mortalidade do município voltou a ser a maior entre os 32 municípios.
Conclusão: Não são as aldeias indígenas as responsáveis pelas altas taxas de mortalidade da região da Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni. Estudos complementares são necessários para se entender o porquê a taxa do município ser tão alta. Parece haver uma relação com as condições de funcionamento da maternidade do hospital, pois no ano que o hospital realizou apenas um número muito pequeno de partos (apenas urgência) não houve mortalidade infantil naquele município.
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