22/11/2023 - 09:00 - 12:00 DT 08 - A atuação da Vigilância Sanitária de alimentos durante a pandemia (A) |
48417 - INSPEÇÕES SANITÁRIAS REMOTAS EM SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES DE EMBARCAÇÕES DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 RAFAELA CABRAL MOREIRA - PETROBRAS, VERÔNICA ALVES DA MOTA - PETROBRAS, SIMONE DE FREITAS TAVARES - PETROBRAS
Portos configuram ponto de vulnerabilidade sanitária, sendo local de forte atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Em 2020, com a Pandemia de COVID-19, muitos desafios foram impostos, exigindo novos regramentos. As empresas também enfrentaram desafios para a manutenção das atividades de Segurança de Alimentos e prevenção de surtos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) nas embarcações. Considerando as limitações de acesso e a dedicação dos profissionais para as ações de prevenção e controle de COVID-19, uma opção foi a realização de inspeções sanitárias remotas. Estas foram realizadas de maio de 2020 a fevereiro de 2022 e utilizou-se a Lista de Verificação criada pela ANVISA para Categorização de Serviços de Alimentação, à época da Copa do Mundo FIFA/2014, baseada na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº216/2004. Ocorreram de modo híbrido, com análise de documentos por meio digital e verificação das instalações em tempo real com vídeos e fotos. A inspeção era precedida de reunião inicial para apresentação do trabalho e final para consenso. Ocorriam concomitante à rotina e com entrevistas com os colaboradores. As dificuldades foram inúmeras, visto que era inédito para todos. A mudança no posicionamento das embarcações e as condições meteorológicas interferiam no sinal da internet, o que muitas vezes dificultava a comunicação. A filmagem muitas vezes era feita pela equipe que estava recebendo a inspeção, o que poderia comprometer a imparcialidade, principalmente quando a equipe auditora não conhecia presencialmente o local. Logo, a verificação da estrutura e higiene do local podem ter sido prejudicadas. Da mesma forma é provável que a modalidade possa ter interferido na coleta das informações referentes à execução dos procedimentos, pelo fato da filmagem contribuir para a inibição dos colaboradores. Na época, manteve-se o uso da categorização dos estabelecimentos conforme o risco sanitário. Porém, era de amplo conhecimento as limitações e possíveis interferências para a fidedignidade dos resultados. Ao mesmo tempo, permitiu a manutenção das ações de prevenção de DTHA, o que presencialmente não seria possível no período. Desta forma, conclui-se que as inspeções sanitárias remotas nos serviços de fornecimento de refeições das embarcações foi uma ação importante para a prevenção de surtos de DTHA e para o fortalecimento da cultura de Segurança de Alimentos durante a pandemia de COVID-19.
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