22/11/2023 - 09:00 - 12:00 DT 07 - Medidas não farmacológicas na proteção da saúde e suas repercussões na sociedade |
45760 - PANDEMIA COVID19 E O PARADOXO DA PREVENÇÃO JANICE DE OLIVEIRA SOARES - PREFEITURA MUNICIPAL DE DIVINÓPOLIS, MICHELLE PEREIRA DO CARMO - PREFEITURA MUNICIPAL DE DIVINÓPOLIS, LILIANNE SIMONE BARROS - PREFEITURA MUNICIPAL DE DIVINÓPOLIS
O paradoxo da prevenção tornou-se evidente na pandemia COVID19 com a implementação das medidas não farmacológicas (uso de máscaras, distanciamento social com restrição da mobilidade, abertura/fechamento de estabelecimentos, entre outros) no município de Divinópolis/Minas Gerais, no início da pandemia, antes da imunização da população, com uma repercussão negativa por parte da população, principalmente a economicamente ativa e empreendedora. Com o sucesso frente às referidas medidas, muitos não conseguiam perceber o beneficio das mesmas. Houve muitos questionamentos sobre as medidas para impedir a propagação do vírus, já que em muitos locais a propagação profetizada não havia acontecido. Porém, não ocorreu porque as medidas propostas foram adotadas. É como se fosse uma profecia derrotista, em que profissionais que a prevê, age para combatê-la, tendo êxito no objetivo e fracassando na profecia. Outra questão a ser considerada é que as medidas não farmacológicas, implementadas em massa, não era muito valorizada pela população com baixo ou moderado risco de adoecer, representando a maioria da população, já que o numero de pessoas de alto risco era pequeno. As pessoas não entendiam o motivo de envolvimento de todos, para defesa de um grupo de risco proporcionalmente pequeno, pois imaginavam que somente o grupo de risco precisaria de serviços hospitalares. Foram vivenciados inúmeros conflitos nas reivindicações individuais em detrimento do beneficio coletivo. A Vigilância Sanitária, sendo o órgão que assegurou a implementação das medidas não farmacológicas, uma vez que fiscalizou e fez cumprir os atos normativos que as determinavam, teve sua equipe frente a frente com este paradoxo, em que as reivindicações individuais vinham de diversos setores, públicos ou privados, diversas parcelas da população, em várias profissões, grupos políticos, entre outros. E foi assim que o paradoxo, descrito pela primeira vez em 1981, pelo epidemiologista inglês Geoffrey Rose, tornou-se evidente no município de Divinópolis. As medidas não farmacológicas aplicadas em grande escala tornou considerável uma abordagem preventiva populacional, em que toda a população alterou sua forma de viver para se afastar do vírus, porem, ao evitar com que muitas pessoas não experimentassem a doença, não houve a valorização das referidas medidas.
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